segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Gripe Suína e Casa de Custódia



Há poucos dias li na imprensa que mais de 20 internos da Casa de Custódia tinham feito o exame para detectar ou não a presença do vúrus H1N1. Ontem foi divulgada a morte de um deles que estava internado do Hospital Ferreira Machado.
As autoridades precisam voltar suas atenções para o risco da doença se alastrar naquele espaço que não tem a menor possibilidade de isolamento além da s poucas condições de higiene. Ouvi agora pouco uma conversa entre dois senhores em que um deles dizia: " tem que deixar morrer tudo, só tem bandido mesmo lá dentro".
Que as autoridades não pensem assim.
A situação pode se agravar muito .
Não podemos correr o risco de assistirmos em breve um massacre.
Sem sangue ,mas tão ou mais cruel do que o do Carandiru.

Um comentário:

Sérgio Provisano disse...

Mas não tenhas dúvidas de que mais mortes virão. As condições das prisões brasileiras são as piores possíveis.

Celas superlotadas, um ambiente propício para a disseminação do vírus H1N1, o caldo de cultura é para lá de favorável à isso.

Quanto ao comentário infeliz desses dois cidadãos, há que se lamentar, afinal, são seres humanos que estão cumprindo pena de restrição de liberdade, num sistema que sabemos não recupera ninguém.

É claro que a maioria que está aprisionado, não está lá de graça, quebraram as regras impostas pelo limite da Lei e agora têm que pagar a sua dívida com a sociedade.

A pena, em tese, tem o caráter retributivo, ou seja, é a forma do indivíduo retribuir o mal que causou à sociedade, só que na prática, a cadeia não recupera a grande maioria, que sai de lá, com verdadeiros doutorados em criminalidade.

A gente lamenta que pensamentos como o expresso pelos dois cidadãos ocorram, mas infelizmente, é o que está enraizado no imaginário popular, é a velha e clássica frase dita por Sivuca (não o músico e sim o político) "bandido bom é bandido morto".

O Estado é responsável pela integridade física dos apenados, mas enquanto não houver uma reforma séria no sistema prisional, de forma a ocupar o tempo dos prisioneiros com alguma atividade laborativa e também qualificando-os para o mercado de trabalho, o que veremos é cada vez mais a reincidência daqueles que cumpriram pena.