segunda-feira, 18 de maio de 2009

Desejo


Queria descobrir onde está a chave do baú onde guardei meus sonhos de menina.

Sonhos guardados junto a desenhos de casinha (daquelas com chaminé, sol sorrindo e árvore no jardim), livros de contos de fada (aquele da Chapeuzinho Vermelho carregando um potinho de mel que minha irmã rasgou), cavaleiro andante me fazendo a corte quando já mais crescida.

Gosto de amora colhida na silva, de pastel de nata da terra da minha avó.

Cheiro de terra depois da tempestade rápida, de orvalho nas folhas do jardim florido. Cheiro de maio de manhãzinha.

Onde guardei? Há manhãs onde encontro a chave, as respostas, encontro os sonhos. São manhãs de meia-estação. Dessas assim mágicas que surgem suaves, trazendo vida plena.

Depois de manhãs assim, durmo cheia de certezas, plena em lua, repousando e sonhando no travesseiro azul.

São dias-estrela...

2 comentários:

Jane Nunes disse...

Ana que menininha linda era você, um portuguesinha graciosa vestidinha de caipira, orgulhoda com o vestido que a vovó fez. Só agora me dei conta deste detalhe porque esse poema, lindo sempre que lia me fazia viajar... voltar a minha infância, a minha curta adolescência...
Ps vc continua lindinha Docinho rs

Ana Paula Motta disse...

Obrigada,Jane. Esse vestido passou por todas nós aqui em casa. Agora vou mandar reformá-lo pra minha sobrinha.