terça-feira, 19 de maio de 2009

A César, o que é dele

São comuns as críticas sobre o atendimento médico no serviço público. Mas raramente vemos essas críticas se estenderem ao serviço particular, mais especificamente aos planos de saúde.

Ontem, no Hospital Ferreira Machado, uma mãe esperou por mais de seis horas que a operadora de plano de saúde enviasse ao HFM uma ambulância para transferir o jovem filho acidentado - associado à Unimed - para um hospital particular. O rapaz - sem capacete - sofreu acidente de moto no último domingo e, ao cair, bateu com a cabeça. Chegou ao HFM com um coágulo e imediatamente passou por uma bem sucedida cirurgia.

Não são poucas as reclamações contra os atendimentos de planos particulares de saúde. Apesar de pagarem caro pelo serviço, raramente vemos seus usuários se queixarem através de órgãos de comunicação. Fácil de explicar: muitas dessas operadoras são excelentes anunciantes. Em compensação, os Procons de todo o país recebem anualmente milhares de denúncias contra elas.

Costumo sempre dizer que, em Campos, um cidadão comum (atentem para o destaque) pode ter o melhor plano de saúde, mas se precisar de atendimento de emergência, será no HFM que vai encontrá-lo. Isso porque nenhum plano te dá cobertura emergencial (em casos de acidente de trânsito, por exemplo) ou mantém equipes médicas especializadas em plantão de 24h nas unidades hospitalares conveniadas. Só depois dos primeiros socorros no HFM é que a família do paciente costuma pedir sua transferência para unidades particulares. Em muitos casos, os familiares optam pela permanência dele no hospital.

Então, a César o que é de César.

3 comentários:

Ana Paula Motta disse...

Os hospitais particulares não querem saber de serviços de emrgência porque custa caro manter uma equipe multiprofissional de alto nível. Só querem os bônus, o ônus sobra sempre para o serviço público. A emergência do Ferreira Machado conta com uma equipe de primeira. O que mata o hospital é ter que dar conta da demanda da rede primária (postos e serviços de pequenas urgências que não atendem porque são insuficientes), se fosse apenas o que é, um hospital de emergência, boa parte dos problemas que enfrenta não existiriam.

Pedro Maia disse...

Concordo, e eu mesmo já precisei do HFM senão fosse o atendimento de lá com a equipe completa estaria morto. Isso independe do Governo, pq meu acidente foi durante o Governo do popozão.

Profissional da Saúde de saco cheio ..... disse...

Os melhores médicos de atendimento de alta complexidade atuam Ferreira. O problema é ser atendido por eles, pois um desrespeito ético e de responsabilidade civil e criminal continua por lá, que é atendimento por acadêmicos, alguns(ou maioria) de 3° ano, sem a presença de supervisão médica, em setores de alto risco, como politrauma e UPG.Sem desmerecer a necessidade de atendimento especializado em outras áreas, mas essas são, para o que pretende o hospital, imprescindíveis. O pior é que ganham gratificação de R$1500,00, e ficam em seus quartos ou casas...Sem o menor pudor ou constrangimento, deixam seus carimbos em mãos erradas e incapazes, quadro extremo de negligência e imperícia médicas.Isso acontece há anos, e ainda não ví diretor capaz de bater de frente com essa prática criminal de coorporativismo médico.Quantas vezes levei pacientes que são barrados na porta por acadêmicos prepotentes e arrogantes, que desmerecem pareceres médicos, em total falta de ética profissional!Sábado estive lá para levar uma criança com suspeita de Traumatismo Craniano, e o politrauma parecia aula prática da medicina...só acadêmico.Agora me respondam: como um acadêmico pode avaliar a necessidade ou não de se chamar o plantonista recebedor de seu salário, mais gratificação, em casos atendidos? Lugar de médico plantomista é no setor de trabalho.Quer dormir, fica em casa. Assim, com certeza as estatísticas de mortes no Ferreira com certeza diminuiriam.Quero ressaltar que, como em toda regra, há raríssimas exceções!!!!