sexta-feira, 29 de abril de 2016

CPI DA LAVA JATO: QUEM NÃO DEVE, NÃO TEME!

Foi protocolada na Câmara de Campos uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com a missão de investigar o contrato da empresa Odebrecht com a Prefeitura de Campos, o maior da história do município, em torno de R$ 1 bilhão, somando os aditivos. Assinei o pedido de abertura da CPI ao lado dos vereadores Marcão (Rede), Fred Machado (PPS), Nildo Cardoso (DEM), Gil Vianna (PSB), José Carlos (PSDC), Dayvison Miranda (PRB), Alexandre Tadeu (PRB) e Genásio (PSC).

Antes da CPI, vereadores da oposição e do bloco independente defenderam a aprovação de um requerimento que cobrava informações sobre o contrato da empreiteira em Campos, já que os nomes da prefeita Rosinha, do secretário de Governo Anthony Garotinho e da deputada Clarissa Garotinho aparecem nas planilhas apreendidas durante a operação Lava Jato. Protagonizando uma cena contraditória, os aliados do governo, que alegam não temer as investigações, negaram as informações. Se não há nada errado, por que esconder os detalhes sobre o contrato da empreiteira investigada na Lava Jato? Será que a população de Campos, que pagou a conta bilionária, não tem o direito de conhecer o contrato? É bom lembrar, mais uma vez, que transparência com os gastos públicos não é favor, é obrigação. 

Se não bastasse o fato de ter quebrado a cidade e vendido o futuro, deixando prestações para os próximos governos, a gestão Rosinha/Garotinho colocou a nossa cidade na Lava Jato. E da mesma forma que o Brasil cobrou uma apuração séria, com punição severa para os culpados, temos o dever de lutar por uma investigação séria sobre a relação da empreiteira com a Prefeitura. Afinal, as doações milionárias foram legais ou ilegais? Houve algum tipo de “laranja”? A ex-secretária da Odebrecht, Conceição Andrade, diz a verdade quando revela que “não tinha nada legal nas listas apreendidas”. Segundo Conceição: “tudo que existe foi pagamento de propina, de caixa dois”. É importante lembrar que Benedicto Barbosa da Silva Júnior, presidente da Odebrecht preso na 23ª fase da operação Lava Jato, que guardava as planilhas em sua casa, assinou com a prefeita Rosinha o contrato da primeira etapa do programa “Morar Feliz”, em 2009. 

Não se trata de uma batalha entre oposição e situação. Este debate vai muito além das questões políticas. Estamos falando de dinheiro público e do maior contrato da história de Campos. Se houve algum tipo de “bônus” e “laranjas”, os culpados devem ser punidos. Até porque, enquanto a empreiteira fazia doações para as campanhas milionárias dos rosáceos, campistas agonizavam nos corredores dos hospitais, crianças sem leite especial, alunos e professores sem estrutura e a nossa cidade decretava falência. Essa investigação vai muito além dos vereadores que assinaram a CPI. A participação da sociedade será fundamental nessa busca pelas repostas. 

- Vereador Rafael Diniz

Fonte: jornal Folha da Manhã

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