quinta-feira, 17 de março de 2016

EU, MEUS BOTÕES, E MEU PAÍS

Eu, meus botões, o silêncio da madrugada, o orvalho lá fora, meu país. Nesse instante, do Oiapoque ao Chui, milhares, milhões, dormem em berço esplendido. Choro as dores de uma nação devassada. Choro pelos que apostam na desgraça alheia. Choro pelos filhos da pátria amada. De que adiantam os relatórios, os críticos de plantão, os analistas, e os donos da razão? A bem da verdade, todos perdem. A bem da verdade, todos sofrem. E eu que acreditei num novo tempo e na redemocratização. E eu, que como muitos, mas muitos mesmo, fui pra rua clamar por diretas já. Ah, minha pátria mãe gentil, te amo tanto. Te amo em todas esquinas, vielas e becos. Te amo como quem ama o sol, o silêncio da madrugada, as estrelas. Que esse grito sufocado que agora sai do teu peito, que esse sangue que agora jorra das tuas veias, sirvam de exemplo. Sirvam para um novo tempo de um novo rumo de quem tem fé. De quem tem esperança. Sobretudo de quem tem determinação para verdadeiras mudanças. 

Eu, meus botões, a resiliência, a manhã que está próxima de brotar no horizonte, os trabalhadores, os estudantes, as donas de casa, os donos da razão, tantos e tantos outros, milhares, milhões, e a poesia..... Penso que a revolução amanhece em qualquer estação do ano: apenas e tão somente, dentro de nós, se inicia. 

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