domingo, 20 de setembro de 2015

ERIK SCHUNK: É PRECISO TOTAL DESPOLITIZAÇÃO DA SAÚDE

Sanitarista critica a politização da saúde

Marcus Pinheiro
Foto: Michelle Richa

Enquanto a população de Campos morre por falta de medicamento, vereadores estariam transformando seus locais de atuação em sistemas eleitoreiros. A denúncia é do médico sanitarista e do trabalho, Erik Schunk. 

— A primeira medida de reparação que deve ser tomada, é a total despolitização do sistema de saúde municipal. Caso isto não seja feito, nenhuma alternativa terá efeito — declarou.

Em Guarus, moradores do Parque Vicente Dias, reclamam da falta de remédios na Unidade Básica de Saúde (UBS) que atende o bairro e revelam que o problema já se arrastaria por mais de seis meses. “Aqui a farmácia não nos atende bem. Minha mãe está precisando de remédio para o coração, que toma diariamente e há meses não encontra. Chegamos a gastar R$ 400 só com medicamentos no último mês”, disse o motorista Angelino Peixoto, 46 anos.

De acordo com Erick, a principal causa da falta de remédios nas unidades de atenção básica do município, estaria vinculada à distribuição destes medicamentos, que ocorreriam por meio alternativo, envolvendo sistemas políticos eleitoreiros. “É muito comum que em salas de atendimento de vereadores tenham todos os medicamentos que faltam nos postos de saúde. Estes sistemas eleitoreiros em muitos momentos fazem com que faltem medicamentos nos postos de saúde, mas, não faltem nestes locais de distribuição comandados por vereadores. Isto é a utilização da máquina pública para fazer pleito eleitoral”, declarou.

Para Erick, além da despolitização das UBSs, que segundo ele, garantiria o acesso universal da população à Saúde municipal, para melhorar o atendimento primário aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), é necessário resgatar e implantar postos nos moldes do programa do Governo Federal, Estratégia Saúde da Família (ESF), investir de forma ampla em saneamento básico, estruturar o atendimento de urgência e emergência, além de reprogramar a rede de referência e contra referência do SUS, que consiste no direito que as pessoas têm de serem atendidas no conjunto de suas necessidades. “A atenção básica tem que ser prioridade no município”, disse.

Fonte: Folha da Manhã on-line

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