Dando
continuidade aos questionamentos e análises que iniciamos neste espaço, no qual
tratamos sobre o vazio de ideias e projetos que mediocrizam o debate político
em nossa cidade, falarei mais especificamente hoje sobre o problema do trânsito
e a ausência de medidas estratégicas para saná-lo.
Qualquer
campista que ande de carro, de ônibus ou de bicicleta percebe como o
deslocar-se em nossa cidade tem se tornado um tormento maior. Voltar do
trabalho ou buscar os filhos na escola converte-se numa aventura em que o único
remédio é a velha e boa paciência. Em vista deste quadro, eu pergunto: se todos
nós estamos percebendo isso, por que a administração municipal não oferece nem
uma esperança de melhora ou solução? Não há nenhum projeto ou plano estratégico
pensando como será o trânsito de nossa cidade daqui a dez anos? Pelo visto, tudo
continua no papel e permanecemos repetindo os erros dos anos anteriores.
O
vazio de ideias de que falamos em outro artigo passado se aplica a esse
problema do trânsito tratado aqui hoje. Presenciamos o recapeamento de asfalto
em algumas vias, como o trabalho desnecessário que vem sendo feito na avenida
28 de março, obras com valores elevados, desacompanhado da construção, ou ao
menos, planejamento de novas vias com o fim de desafogar o trânsito. Vale
lembrar que as vias mais importantes como a própria avenida 28 de Março, a
avenida 7 de Setembro no trecho que cruza a UENF e a avenida Arthur Bernardes
não foram projetos idealizados por este grupo que está hoje no poder e esteve
por muito tempo em outras oportunidades. Ficaram tanto tempo no comando da administração
e quase nada fizeram para a melhoria real de nosso trânsito.
Parabenizo
o vereador Fred Machado pela brilhante realização da audiência pública sobre
mobilidade urbana essa semana na Câmara. Mas, ainda assim, precisamos
urgentemente da abertura de mais debates, especialmente por parte do Poder
Executivo Municipal, para pensarmos medidas e um plano estratégico para o
trânsito em nosso município. Precisamos hoje de, ao
menos, mais umas cinco “Arthur Bernardes”, sem falar na necessidade urgente de
um plano cicloviário que garanta o deslocamento seguro de bicicleta por toda a
cidade. Até quando amargaremos o silêncio e o vazio desta atual administração?
- Rafael Diniz - artigo publicado, hoje, no jornal Folha da Manhã
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