ROSINHA GAROTINHO E GONZAGÃO

Dormiu no ponto

Etevaldo Pessanha 

Por falta de decisão, vontade política, articulação e planejamento, o município de

Campos perdeu mais um importante investimento. Depois de uma “negociação” que

durou 10 anos, a empresa americana Edison Chouest deslocou seu investimento do

Complexo Farol/Barra do Furado, parceria entre Campos e Quissamã, para o Porto do

Açu, em São João da Barra. A previsão é de que o investimento em SJB gire em torno

de R$ 1 bilhão, gerando 900 empregos diretos e em torno de 2 mil indiretos.

A Edison Chouest irá instalar no Porto do Açu uma base de apoio logístico offshore e

estaleiro de reparos navais para suas próprias embarcações. A unidade, que poderá

receber 12 embarcações e atenderá aos atuais clientes da Edison Chouest, será

instalada no T2 (terminal onshore do empreendimento), que conta com 13 km de cais

e 10m de calado, e que tem como foco atividades do setor de óleo e gás. Fica nítido

que, apesar de alguns contratempos, o Porto do Açu, agora comandado pela Prumo,

começa a se tornar realidade, enquanto o projeto Farol/Barra do Furado continua

dormindo no ponto. Mas afinal, o que está faltando? Será que uma cidade tão forte e

rica como Campos não poderia se dedicar um pouco mais ao projeto que pode

contribuir par a diversificação da nossa economia e, consequentemente, diminuir a

nossa dependência dos royalties do petróleo? Será que os atuais gestores não

conseguem raciocinar de forma estratégica, deixando um pouco de lado o “pão e

circo” e batalhando por ações que garantam um futuro tranquilo para as futuras

gerações?

É bom lembrar que em fevereiro de 2012 os poderes executivos de Campos e

Quissamã, se reuniram e, na ocasião, foi anunciada a conclusão das obras em 18

meses. Agora, 26 meses depois, temos mais dúvidas do que certezas. Também foi dito

na época que o sistema australiano “by pass” resolveria facilmente o assoreamento da

praia do lado de Quissamã e a erosão do lado de Campos, possibilitando a

navegabilidade no Canal das Flechas. Porém, ao que tudo indica, não era tão simples

como se pensava. É o momento de unir forças, descobrir quais são os impasses e se

dedicar intensamente ao projeto.

Até quando vamos perder, pela nossa incompetência, investimentos importantes para

o nosso município? Ou será que os atuais gestores acreditam que os royalties serão

eternos e é melhor continuar agindo como bilionários esbanjadores?

DO BLOGUEIRO:

"SEU DOUTOR UMA ESMOLA, PARA UM HOMEM QUE É SÃO, OU LHE MATA DE VERGONHA, OU VICIA O CIDADÃO."