Relembrando Braguinha!

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Relembrando Braguinha!
 

Que Deus os abençoe! 

Ao ver este movimento de jovens indo às ruas para protestar contra tantas injustiças sociais, contra tantos crimes que nos chocam e revoltam e a certeza da impunidade de quem desafiou as leis, estou mudo.
Aqui onde estou, tenho acompanhado todo este movimento pelo Brasil, por Campos e pela cidade onde atualmente resido.
Mas continuo, mudo.
Agora, há poucos instantes estava espionando o blog de vocês.
E me lembrei de Braguinha – Carlos Alberto Ferreira Braga -, mas conhecido também pela alcunha de João de Barro. Compositor de inúmeros sucessos musicais, entre as quais “Touradas em Madri”.
Pois é justamente em cima dessa composição que me lembro dele.
Uma vez que tal música era sucesso em 1950, e no jogo Brasil x Espanha, que detém o maior recorde de público do Estádio Mário Filho – Maracanã, com 199.854 pessoas, apenas uma não conseguiu cantar a melodia “Touradas em Madri”, quando o selecionado brasileiro vencia a Espanha, justamente ele, Braguinha.
Naquele momento, enquanto todo o Maracanã cantava “Touradas em Madri”, Braguinha continuava sentado, chorando copiosamente, de ver tantos brasileiros entoando a sua composição.
Mas por quê me lembro dele, diante dos fatos que acontecem hoje?
Porque finalmente os campistas e os brasileiros também, puderam ir as ruas, para dar um basta em tantas injustiças, tantas coisas erradas que são esquecidas pelos governantes.
É preciso pôr um fim, a essa forma de administrar uma cidade, com tanta empáfia, com tantas mentiras, propagandas enganosas.
O povo quer saúde de qualidade. Não uma UTI inaugurada apenas para inglês ver, como ocorreu no Ferreira Machado. Mas uma UTI que realmente possa atender a comunidade. Que não seja necessária a intervenção de um oficial de justiça, para conseguir arranjar uma vaga para uma criança com meningite.
Que os profissionais de saúde e os servidores tenham salários dignos diante de suas responsabilidades.
Que os médicos respeitem o povo nos ambulatórios médicos e postos de saúde, e até mesmo nos hospitais.
Que tenham responsabilidade pelos seus turnos, pelos seus dias de trabalho, para que não aconteçam tantas mortes de pacientes esperando em vão por um atendimento de um médico faltoso.
Que haja mais responsabilidade dos governantes diante da saúde pública.
Que os professores sejam mais respeitados, nos seus planos de trabalho, nos seus projetos pedagógicos, para que os jovens tenham uma educação de qualidade e que isso possa certamente fazer com que o índice do IDEB desta cidade possa se elevar.
Que esses mesmos governantes tenham mais respeito com a população, ao ver que o sistema de transportes em Campos, é um lixo. É o pior sistema que já vi. Que o custeio da passagem a R$ 1 (hum real) é benéfico a população de baixa renda, sim, mas que os governantes deveriam ter mais pulso para exigir das empresas de transporte mais responsabilidade no tratamento a essa mesma população que paga, anda de ônibus mas sofre na carne, com ônibus sujos, quebrados, com motoristas e trocadores mal-educados e fumantes.
Motoristas que não respeitam os horários. Empresas que põem nas ruas poucos ônibus, ou que não compram para não gastar o dinheiro da empresa e poderem desfrutar de viagens internacionais.
Que não haja mais falta de remédios nas farmácias da prefeitura, ou de outros produtos necessários ao atendimento de uma população que anseia por melhoria da qualidade de vida.
Saúde, educação, transportes, segurança, são na verdade, os grandes problemas de uma cidade, e Campos ostenta esses problemas, mas lamentavelmente os governantes parecem que não enxergam isso.
É preciso realmente dar um basta!
Que os jovens mostrem, e dêem um tapa de luva de pelica no rosto dos governantes.
Mostrem que o povo já está cansado de tantas mentiras!
De tantas idiossincrasias!
De tanto circo e de tanto pão mofado de bolor!
Antes que me esqueça, quero deixar um recado para certos edis campistas que estão amontoados em um tratorzinho achando que são o rolo compressor. No poder judiciário, um juiz sempre ouve as duas partes. Ambos, contendores de uma ação, tem os mesmos direitos de ouvir e pronunciar seus argumentos, mas têm também o direito de obter informações sobre uma e outra parte.
Não existe na justiça trabalhista, a negativa de fornecer informações.
Afinal, como diz o ditado “quem não deve, não teme”, então porque esconder ou negar informações importantes e vitais para o bom andamento da fiscalização do executivo, que é função de um edil?
Enfim...
O que desejo para mim e para tantos brasileiros é apenas ter condições de viver em um país realmente democrático, onde os poderes se respeitem.
Onde as pessoas tenham vergonha de cometerem crimes como o da malversação do dinheiro público.
Que os governantes tenham realmente vergonha de tudo o que já fizeram e resolvam trabalhar pelo bem comum, o bem de uma comunidade, de uma cidade, de um país.

Paulo de Almeida Ourives
Jornalista