Há muito que escrevi a súplica do Asilo do Carmo. Nada mudou. Só piorou. O que fazer? Fazer o quê?
Lô Crespo
SÚPLICA
Já não suporto as dores
dos meus pedaços tirados!
Já não aguento o descaso
com o meu corpo tão cansado!
Sou um prédio com esteios,
interditado, tombado...
Tenho a vida ameaçada!
Eu não quero ter escoras.
Eu quero viver de pé,
seguindo com a minha história,
não de saudade das glórias,
de um tempo que já se foi.
Sou, historicamente,
mais um casarão “tombado”...
Por que me tornaram assim,
se não há conservação,
se ninguém cuida de mim?
Para que ter minha guarda
se negam-me proteção?
O meu grito é sufocado
com o silêncio das paredes.
Quero viver atuante,
continuando a abrigar
vidas que como eu
tem histórias pra contar!
Sou o Asilo do Carmo,
que suplica, chora e grita:
Sou um patrimônio de Campos,
de Campos dos Goytacazes!
Heloisa Crespo
Versos inspirados na foto do Asilo do Carmo, no jornal Monitor Campista, de 17/09/2003
2 comentários:
GAROTINHO É ISTO QUE CAMPOS MERECE?
MERECE QUE SUAS CRIANÇAS FIQUEM SEM ESCOLAS DECENTES( VÍDE IDEB )E SEUS IDOSOS EM SITUAÇÃO DE PENÚRIA?
ESSA É A FÉ QUE A FAMIGLIA PROFESSA?
A que ponto cgegou nossa cidade.
Idosos sendo tratados dessa forma.
Essa é a cidade onde evangélicos governam.
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