Tiro pela culatra na Penha

Descoberto praticamente em cima da hora, moradores do bairro da Penha, em Campos, começaram a desarticular um movimento que teve início há alguns meses, na calada da noite, para eleger o novo presidente da Associação de Moradores do Conjunto Residencial Santa Maria (antigo BNH). Sem o conhecimento dos moradores – e com o apoio de representantes de uma determinada secretaria da prefeitura – foi realizada na associação, há pouco tempo, uma assembléia para marcar a data da eleição (23/9, próxima quarta-feira) e sacramentar o nome do candidato de chapa única (Carlos Alberto, o Beto). Só esqueceram de divulgar essas informações - evitando assim que outras chapas se inscrevessem - junto aos principais interessados: os moradores do bairro, cuja maioria nem sabe ou só agora está tomando conhecimento das eleições marcadas para a próxima semana e que vão acontecer – pasmem - num período de apenas duas horas: das 19h às 21h.

Por conta deste movimento nada ortodoxo, que conta com o apoio “oficial”, um grupo de moradores resolveu lançar ontem (16/9) , a Chapa 2 – a “Chapa da Verdade” – que tem como candidatos o comerciante Marcelo Bielis Almeida, o Marcelo Bozó (presidente) e Geysa de Souza (vice-presidente).

Na foto, Marcelo Bozó, da Chapa 2

Para votar, os interessados têm de estar cadastrados na associação de moradores. Os cadastros poderão ser feitos no próximo domingo, mediante a apresentação de um comprovante de residência, na pracinha do Quiosque do Bozó, até às 14 horas, já que a sede da associação é ocupada hoje pela Escola Municipal José do Patrocínio. Aliás, essa é uma das propostas de Bozó, entre várias outras: reivindicar da prefeitura um novo espaço para a sede da associação.

Essas forças ocultas – mas nem tanto – que andam se articulando para ganhar espaço junto às associações de moradores de Campos, visam um único objetivo: contar com a mobilização dessas entidades no apoio a um certo pré-candidato nas eleições em 2010.

O blog recebeu a informação de que várias outras associações de bairro também já estariam sendo “incentivadas” – inclusive financeiramente – a realizar suas eleições, em esquema idêntico ao montado na Penha, onde só não imaginavam uma coisa: ali há muito mais “guerreiros” do que se imagina.