segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Data histórica leva PDT a se rediscutir


Faz 30 anos hoje que Leonel Brizola pisou em solo gaúcho depois de 15 anos de exílio. Após celebrar essa data, uma das mais simbólicas para os trabalhistas, o PDT gaúcho vai debater amanhã, durante seminário, o resgaste das bandeiras defendidas pelo ex-governador, morto em junho de 2004.A partir das 9h, pedetistas relembrarão a história de um dos principais líderes trabalhistas, que teve de se exilar no Uruguai e nos Estados Unidos em razão da ditadura militar, iniciada em 1964.

Somente com a Lei da Anistia, em 1979, Brizola pôde voltar ao Brasil em setembro daquele ano. A discussão ocorrerá no plenarinho da Assembleia Legislativa.Integrantes históricos do PDT, como o ex-presidente da sigla Matheus Schmidt, acreditam que é o momento de dar uma “chacoalhada” no partido, uma vez que a posição de apoio ao governo Luiz Inácio Lula da Silva não tinha a aprovação de Brizola.

O líder trabalhista havia rompido com o governo já no início do primeiro mandato de Lula, em 2003, tornando-se um dos maiores críticos à administração federal. Após a sua morte, o PDT passou a fazer parte do governo. Carlos Lupi, um dos pedetistas mais próximos do ex-governador, assumiu o Ministério do Trabalho.

– O PDT tem de reafirmar os seus princípios que foram pregados por Brizola. Não está tendo a ênfase necessária. O Brizola morreu em posição diferente da que temos hoje. O partido vai ter de examinar suas posições e ver qual o caminho a tomar. É uma discussão que se impõe – afirmou Schmidt, que também defende o resgate do nacionalismo.

Líderes divergem quanto à posição de Brizola sobre Lula.Outros pedetistas garantem que Brizola aconselhava apoiar Lula por ser um trabalhador, sendo a gestão lulista a mais próxima do ideário trabalhista.

– Críticas construtivas poderiam ter sido feitas. Temos mais afinidade com Lula do que com o PSDB. Era o entendimento do Brizola. Lula tem muito do trabalhismo. Um exemplo é o Bolsa-Família, que é uma preocupação com a educação – afirmou o ex-governador Alceu Collares (PDT).Temas como a defesa do trabalhador e a participação do partido no movimento sindical também devem ser debatidos amanhã.
Fonte: Zero Hora

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