quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Blogueiros livres e com você Roberto Moraes!


Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.

Na Segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.

Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.


Eduardo Alves da Costa
Relembrando a Ditadura Para Não ter Replay
AI5

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