quinta-feira, 4 de junho de 2009

O frio é na alma

Sou acordada mais cedo pelo toque insistente do celular.O frio me convida a ficar mais tempo sob os três cobertores. Pelo tom de minha voz, a pessoa do outro lado vai logo se desculpando e pergunta: "te acordei?". Quem me conhece bem sabe qual o tipo de resposta que normalmente daria nessas horas, mas me conformo com um "Imagina!". É um amigo-companheiro-de-trabalho, que pergunta: já leu os jornais hoje?(domingo) Educadamente respondo que ainda não (mas com uma vontade danada de dizer: claro que não, seu FDP, você acaba de me acordar!). Mas a curiosidade é maior e pergunto por que. Ele cita o nome da coluna e o teor da nota. Batemos mais alguns minutos de papo e ele se despede.

Sem sair de sob as cobertas, apanho o laptop na cabeceira da cama e acesso o site do jornal. Leio a nota, que é um pedido de desculpas por uma publicação indevida, e me lembro da que havia sido divulgada anteriormente.

Parei para pensar até que ponto a precipitação, a falta de checagem de informações ou o desejo de atingir alguém - simplesmente por atingir - ultrapassam os limites do bom senso, da responsabilidade profissional e ainda expõem personagens que nada têm a ver com a história. A emenda, aos olhos do leitor, costuma sair pior que o soneto.

Frio na alma, caio (do verbo cair, por favor) na real e constato: é por este motivo que os meios de comunicação, de um modo geral, e nós jornalistas, em particular, estamos em xeque. E salto da cama.

5 comentários:

Anônimo disse...

Mas nós campistas somos tão desconfiados que qualquer um acharia que aquilo era aquilo que de início se pensava, a única diferênça é que não somos todos jornalistas, mas também nunca vi uma exposição tão grande de algo que interessa a tão pouca gente. Vi muito isso em para choque de caminhões por motivos óbvios da saudade de seus entes, quando ficam fora de casa frequentemente, mas no caso do ocorrido é muita vaidade. Deveria o prejudicado ter declarado seu sentimento diretamente para que ninguém ficasse pensando besteiras. Coisas de Campos tupiniquim, e vamu q vamu...........

Rose David disse...

Caro(a) leitor(a),

Respeito sua opinião, como também respeito a decisão de um pai que expressa o amor pela família através de um simples adesivo plástico. Já vi diversos carros circulando com adesivos que declaram amor às namoradas, noivas, esposas e filhos. Acho isso muito legal, principalmente se levarmos em conta que vivemos em um mundo em conflito, onde o amor e o respeito à família vêm sendo deixados de lado.

Agradecemos a sua visita e esperamos que volte mais vezes.

Abraços.

Valdemar disse...

Não acreditoooooooooo, que coisamediocre, o pai não deveria , prá puta que pariu o carro éd dele a familia é dele ele escreve como quiser!!!

Anônimo disse...

Conheço um que tem adesivo "EU AMO MINHA FAMÍLIA" e vive batendo na mulher e filhos, já pensou o cara que não ama colocar "EU ODEIO FULANO E SICRANO", vidro de carro não foi feito para ser vitrine e também é porque aqui no Brasil pode tudo mas esse tipo de adesivo atrapalha a visão pelo retrovisor e isso é proibido por lei. Bom fds p/ todos os cabeções......

Rose David disse...

Carros, assim como residências, são propriedades particulares e dão aos seus donos, dentro dos limites, evidentemente, o direito de fazerem o que bem entender.

Nas casas, por exemplo, durante as campanhas eleitorais, a quem adore pendurar galhardetes e outdoors de políticos. É uma questão de gosto e nece$$idade, entendo. Fazer o quê, né?

Quanto ao seu conhecido que bate na mulher e nos filhos, dou duas sugestões:

1ª) Que a esposa o denuncie à Delegacia da Mulher e, em caso de filhos menores, que ele seja denunciado aos Conselhos Tutelares;

ou

2ª) Que mande fazer um novo plástico para estampar no carro: "Eu adoro bater na minha família".

Rapaz, não é que amei a sua idéia de se produzir um adesivo do tipo "EU ODEIO..."?

Já pensou se boa parte da população hoje resolvesse explicitar os nomes de pessoas que "odeiam" - governantes, ex-governantes e políticos, por exemplo - em adesivos de parabrisas? Iria ser o "must". Não haveria carro suficiente pra atender à demanda.

Bem, "cabecinha", tchatchau e bom fds pra tu também.