Do facebook do jornalista Vitor Menezes:
Um caro colega repórter de O Diário me procurou na última quarta para que eu opinasse sobre a série de textos do jornal sobre as redes sociais.
Ele me perguntou:
"...estamos fazendo uma matéria sobre "redes sociais para o bem e para o mal. É o canal de comunicação do século, que é reconhecido mundialmente, seus avanços, a velocidade da informação, mas também um canal usado para calúnias e difamação.
Neste campo tão vasto, poderia apontar, brevemente, pelo menos três pontos positivos e três negativos.
É comum as pessoas confundirem e ultrapassar a liberdade de expressão, cometendo crimes como injúrias, calúnias e difamações?"
Eu respondi:
"É uma redução estúpida tratar a questão na base do "bem" e do "mal", pois sempre vai depender de quem está lendo e dos interesses atingidos. Um governante pode acreditar que um post é "do mal" apenas por conter críticas a ele, e poderá buscar criminalizar uma manifestação que poderia ser apenas tomada como sinalizadora de uma tendência, um alerta, ou típica de um ambiente democrático. Se fosse mais humilde, poderia até mesmo usar a crítica a seu favor, aprendendo com ela e antecipando-se aos argumentos contrários à sua atuação.
Mas, infelizmente, como o Judiciário brasileiro ainda abriga muitas teses autoritárias, não é difícil que alguém seja condenado por manifestar a sua opinião. Nesta semana mesmo tivemos a notícia de que um jornalista foi condenado em Mossoró (RN) por ter comparado o prefeito ao personagem Odorico Paraguaçu. Há político e juiz para tudo.
Na verdade, creio que as redes sociais ampliam e horizontalizam o debate público, e seus eventuais danos são insignificantes diante da contribuição que dão à vigilância cidadã e ao conhecimento.
Tentar criminalizar as redes sociais ou seus agentes (a rigor, quase todo cidadão), além de ser um retrocesso, é um erro político típico de governantes com espírito persecutório. Isso não cabe mais, está superado há mais de dez anos, quando dos primeiros embates da imprensa e dos próprios políticos contra os blogueiros. Tenho blog desde 2002 e vi isso acontecer, mas já passou. Não se sustenta mais. Ou os políticos aprendem a conviver com isso, ou serão cada vez mais merecedores da comparação com Odorico Paraguaçu."
E o jornal publicou assim...
Depois, nós jornalistas reclamamos quando as fontes questionam sobre o que fazemos com o que elas dizem
2 comentários:
Ergo-me e aplaudo de pé a visão do Vítor Menezes. Assim como sempre aplaudi esse blog.
As mídias digitais colocaram o poder na mão do povo
!XÔ QUADRILHEIROS que desejam passar por piticos!
Moleques,seus dias estão contados bandidos!
Postar um comentário