“Desafio o ‘prefeito’ Garotinho a contratar uma equipe externa especializada, de capacidade reconhecida no mercado, para fazer uma auditoria nas aplicações da Prefeitura e na Previcampos”. É isso que vai lançar formalmente na Câmara Municipal, na sessão da próxima terça-feira, o vereador Marcão (PT).
A polêmica, a partir de uma auditoria interna determinada pela própria prefeita Rosinha Garotinho (PR) em sua primeira gestão, apurou um prejuízo de R$ 110 milhões na compra de títulos públicos federais superfaturados e sem licitação, além de recomendar ao final a auditoria externa cobrada por Marcão. Essas “tenebrosas transações” do governo Rosinha foram reveladas pela Folha da Manhã, numa série de reportagens entre novembro de 2014 e janeiro deste ano. Mas quem retomou o assunto esta semana foi o secretário municipal de Governo, Anthony Garotinho (PR), na sessão da Câmara da última terça, quando atribuiu ao próprio irmão o prejuízo aos cofres do município:
— Foi na gestão do prefeito interino (Nelson Nahim, que ocupou a Prefeitura entre julho e dezembro de 2010). Quando voltou, a prefeita exonerou o secretário de Fazenda (Francisco Esqueff, então considerado homem de confiança de Garotinho). Na época, muita gente perguntou o motivo. Pronto, estou contando agora.
No dia seguinte às acusações do irmão, em matéria publicada nesta quinta-feira (2) na Folha, Nahim também desafiou Garotinho:
— Faço um desafio ao secretário Garotinho: prove, com documentos, que eu fiz ou autorizei alguma transação com recursos públicos. Se não provar nada, vamos ter que levar essa discussão para o campo judicial — disse Nahim, antes de estender a ameaça — Em breve, a população de Campos irá saber o que encontrei na Prefeitura.
Marcão, que nunca foi correligionário de Nahim, usou os dados da auditoria feita pela própria Rosinha para desmentir Garotinho:
— Em sua quase totalidade, as “tenebrosas transações” aconteceram com Rosinha à frente da Prefeitura. A Atrium, por exemplo, entre setembro de 2009 e agosto de 2010, com Nahim prefeito apenas nos dois últimos meses desse total de 11, a compra superfaturada e sem licitação de títulos foi de R$ 160 milhões. Na Previcampos, onde parece estar o grande medo dos Garotinho, a auditoria comprovou perdas de R$ 47.787.273,21, entre janeiro de 2009 e dezembro de 2012. Nestes quatro anos, Nahim só governou seis meses e Garotinho sabe muito bem disso. O que é população precisa saber é se foi feita a auditoria externa. Na sessão da última terça, ao ser interpelado por mim, o ‘prefeito’ chegou a dizer que sim, mas não disse quem fez, nem qual o resultado. Tenho certeza de que não foi feita nenhuma. Por isso vou requerê-la na terça, como recomendou, já há dois anos, a própria audiência interna de Rosinha.
Fonte: Folha da Manhã on-line - (A.A.B)
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