quarta-feira, 1 de abril de 2015

GAROTINHO EXONEROU ROSINHA DR. EDSON BATISTA?

Na Câmara, Garotinho apresenta proposta e debate com a oposição


Foto: Gerson Gomes/Secom
A Câmara de Campos trocou a sua sessão ordinária desta terça-feira (31) por uma nova apresentação do secretário de Governo Anthony Garotinho (PR), que comandou novamente o seu “show” com um auditório lotado. Durante três horas, o secretário falou sobre sua proposta para salvar estados e municípios, reforma administrativa, auditoria, saúde, servidores, cultura, orçamento, lote legal, desgaste de Dilma, derrota na eleição e tempos de teatro. Entre uma fala e outra, tinha até “animador de auditório”, que puxava aplausos para o patrão e vaias para a oposição. Um clima bem diferente da audiência pública da última segunda-feira (30), que contou apenas com a participação do secretário de Saúde, Dr. Chicão (PP) e dos vereadores Edson Batista (PTB) e Rafael Diniz (PPS), além de uns gastos pingados na plateia (aqui).
Proposta - Com o “Baú da Felicidade” em baixa, Garotinho comentou logo no início sobre a sugestão que apresentou ao Senado, alterando a Resolução 43 da Casa. Pela proposta, estados e municípios que sofreram redução de receitas dos royalties poderão antecipá-las nos exercícios de 2015 e 2016. A sugestão do secretário foi encaminhada à Comissão de Assuntos Econômicos (Cae) pelos senadores Marcelo Crivella (RJ) e Rose de Freitas (ES). A alteração da Resolução 43 permitirá que o município vá ao mercado e contraia um empréstimo, desde que o recurso seja buscado em bancos privados, segundo exigência do Ministro da Fazenda, Joaquim Levy. De acordo com Garotinho, o presidente do Cae, senador Delcídio Amaral (PT/MS), informou que logo após a Semana Santa, o projeto de resolução deverá ser apreciado, aprovado e, em seguida, promulgado. “Vamos salvar os municípios sem comprometer o futuro. É uma contribuição importante que Campos está dando e garante aos municípios a continuidade dos investimentos”, destacou o secretário de Governo.
Troca de farpas - Após a explanação sobre o projeto, o vereador Rafael Diniz (PPS) pediu a palavra e informou que as regras do debate com o secretário deveriam ser alteradas. “Esta Casa recebe outros secretários e a dinâmica é completamente diferente. Na última vez que o secretário de Governo esteve na Câmara, em respeito ao presidente da Casa, não questionei as regras. Mas precisamos rever. Fomos eleitos e não podemos aceitar que um secretário venha aqui e ainda fique com a palavra final, durante om debate”, disse Rafael. Logo após a fala de Rafael, Garotinho disse: “O vereador disse que, em respeito ao presidente, não disse nada da outra vez. Ele pode até não me respeitar, mas eu o respeito”, disse Garotinho. Imediatamente, Diniz se levantou e disparou: “Não vou ficar aqui batendo boca com o secretário. Estamos aqui porque fomos eleitos. Vossa senhoria (Garotinho) não foi eleito a nada na última eleição. Não vai ditar as regras aqui”, afirmou Diniz. Neste momento, Garotinho reconheceu a derrota, mas citou a sua votação. “Perdi, sim, mas obtive mais de R$ 1,5 milhão de votos. Já vossa excelência se elegeu com pouco mais de quatro mil votos, se não me engano”.
E não parou por aí. De volta a tribuna, Rafael Diniz afirmou: “É verdade, o secretário recebeu muitos votos. Ainda estou no início da minha carreira e espero um dia obter grandes votações. Mas uma coisa que não quero nunca é chegar lá na frente e ter que conviver com uma imensa rejeição na minha própria cidade e em todo o estado do Rio”.
Mauro coloca panos quentes e elogia o líder – Diante da troca de farpas entre Rafael Diniz e Garotinho, o líder do governo na Câmara, vereador Mauro Silva (PT do B) lamentou: “Fico triste ao ver este tipo de ataque ao ex-governador. Peço desculpas em nome de toda a bancada governista. Temos que parar com essa história de que santo de casa não faz milagre. Tendo em vista o seu trabalho, o secretário merece uma estátua”.
Marcão cobra respostas sobre “tenebrosas transações” – Na tribuna, o vereador Marcão (PT) citou o resultado de uma auditoria interna solicitada pela prefeita Rosinha Garotinho (PR), que apontou, entre outras coisas, recursos públicos de Campos usados na compra superfaturada de títulos públicos federais, dispensando licitação, em descumprimento da lei nº 8666/93, com a utilização empresas notoriamente inidôneas, que provocaram prejuízos milionários aos cofres do município. “O prejuízo gira em torno de R$ 110 milhões”, citou Marcão. Na defesa do governo, Garotinho disse que “tudo foi feito de forma transparente”. Segundo Garotinho, que não citou nomes, as transações ocorreram durante o período em que a prefeita Rosinha estava afastada. “Foi na gestão do prefeito interino. Quando voltou, a prefeita exonerou o secretário de Fazenda. Na época muita gente se perguntou o motivo. Pronto, estou contando agora”, disse.
Plano de Saúde - Indagado pelo vereador Rafael Diniz sobre o Plano de Saúde dos servidores, Garotinho informou que a “caixa de assistência já está sendo providenciada”. Sobre o UH, Garotinho afirmou: “Um fracasso total”. Segundo Rafael, os servidores não podem esperar. “Entendo que o diálogo com o sindicato abriu a possibilidade de uma caixa de assistência. Mas quando começa? Saúde não pode esperar e todos nós sabemos disso”, afirmou Diniz.
Hospital São José – Indagado pelo vereador Nildo Cardoso (PMDB) sobre o Hospital São José, Garotinho informou que em 120 dias a obra física estará completa e garantiu que a entrega deve ser feita “até o final do ano”. Vale lembrar que a obra começou em 2011.
Hora de enxugar a máquina - O vereador Rafael Diniz lembrou que, na eleição de 2008, a candidata Rosinha prometeu enxugar a máquina. “Essa é uma promessa que foi feita nos palanques em 2008. De lá pra cá, temos no governo mais de 1.500 DAS e uma máquina bem pesada. Será que agora, após seis anos de governo, a promessa será cumprida?”. Garotinho informou que “não dava para pegar um avião em alta velocidade e jogar para uma velocidade baixa”. Segundo o secretário, os cortes de parte dos cargos de confiança vão gerar uma economia de R$ 14 milhões/ano. Atualmente, os gastos com DAS e Funções Gratificadas gira em torno de R$ 60 milhões/ano.
Pausa no Aeromóvel - Em resposta ao vereador Nildo Cardoso, que indagou sobre os investimentos milionários na implantação do Aeromóvel (R$ 477 milhões), em parceria com o governo federal, Garotinho informou que o projeto vai sofrer uma pausa. “Por conta da crise, vamos tratar de outras prioridades no momento”, disse.
* Mais informações na edição desta quarta-feira (01) da Folha. 
DO BLOGUEIRO:
está tudo muito bom, está tudo muito bem, mas ainda não compreendi porque o presidente da Câmara Municipal, Dr. Edson Batista, até hoje não convidou a prefeita Rosinha Garotinho para dar explicações sobre o caos financeiro instalado na PMCG.
CAIU A FICHA
Segue abaixo, registro feito por Murillo Dieguez, na sua coluna - jornal Folha da Manhã -, sexta (27-03):
"Garotinho exonerou Rosinha?" 
Um gaiato indagando Gustavo Matheus nas escadarias da Câmara


Desculpem a ignorância do macaco. Caiu a ficha.


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