quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Um grande rolé na democracia

Foto Ralph Braz
 Por Maria Goretti  em seu mural no Facebook

Soube que proibiram o rolezinho no Shopping Boulevard. 

E é com muita alegria e economia no coração que declaro que NUNCA MAIS ENTRO NESTA PORRA. 

Eu entendo e apóio que devem ser punidos aqueles que abordarem estranhos, colocarem música alta, gritarem, roubarem, etc.

Mas daí a proibir a TODOS QUE TEM "CARA DE ROLEZINHO" de entrarem... Uma punição levando em conta o visual? Sem a pessoa sequr ter planejado cometer crime?

O pior é que quem me ensinou brilhantemente a diferença entre o direito penal do autor e o direito penal do fato foi o próprio Marcelo Lessa Bastos.

Sim, amigos, na ditadura, se vc estivesse na rua sem um propósito específico, presumia-se que você estava vadiando. E se tivesse cara de bandido? Sim, você sofria punição pela sua cara. Não precisava ter cometido crime.

Desta forma, torço para que o pessoal do Rolezinho continue só na internet, e compre TUDO PELA INTERNET, BEM MAIS BARATO, e que daqui a alguns anos o shopping reclame da vida e faça MIL pesquisas de mercado questionando-se: "aonde foi que eu errei?".

Tomara também que o shopping se encha de gente com cara de rica e que, por serem herdeiros comprometidos com sua pinta de ricos, nunca aprenderam a trabalhar, e paguem com muitos cheques sem fundo. Nada mais justo, já que eles EXPULSARAM estudantes ou jovens em seu primeiro emprego.

Não farei tanta falta pro shopping. Não compro quase nada. Vou em bando, só pra comer, e depois dar uma volta, um rolezinho. Mas gastei uma nota no natal, pra minha família. Isso não se repetirá nunca. Não neste shopping.

E por fim, as palavras de um grande empresário, com um empreendimento há 40 anos: "Se eu tivesse uma loja no shopping e soubesse que haveria um rolezinho, minha vitrine estaria lotada de artigos baratos, a um ou dois reais. Eu contrataria mais um funcionário para atender melhor. Não sou de perder oportunidades. E é correr pro abraço."

3 comentários:

geraldo lopes raphael disse...

Parabéns Maria Goretti pelo artigo; brilhante o texto. Muita objetividade e fundamentação jurídica e sociológica.Eu concordo com todas suas colocações.Eu continuo achando que o estudo jurídico é muito fraco nas questões filosóficas e sociológicas. Tanto o velho quanto o novo Advogado ficam presos a um tecnicismo absurdo; a parte processual tem um enfoque muito grande, daí, decisões autoritárias serem comuns em algumas autoridades. Enfim, em sala de aula, há muito "romantismo", já na vida fora da mesma, a coisa é bem diferente. Parabéns pelo texto. Geraldo Lopes Raphael, Administrador de Empresas, Corretor de Imóveis e Bacharel em Ciências Jurídicas.( me recusei, me recuso e sempre me recusarei a prestar um exame de Ordem triplamente inconstitucional)

Anônimo disse...

O problema não é a "brincadeirinha" de rolé. O problema são os marginais infiltrados que além de atentar contra a integridade física dos que por lá estão passeando ou consumindo, depredam o patrimônio privado. Acho graça da exposição do camarada da matéria dizer que este shopping é frequentado pela "elite". ele não deve ser frequentador assíduo deste lugar...

Gertrude disse...

Maria,
Sou catadora, assim ganho meu dinheirinho. Visitei varias vezes o shopping. Sempre fui tratada muito bem. Mesmo somente olhando as lojas e comprando um sandwisje no Subway.