quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Líder no Datafolha, Garotinho é só um espantalho nas tratativas para 2014

O deputado federal Anthony Garotinho – Foto André Borges/Folhapress
Político talentoso que é, o deputado federal Anthony Garotinho (PR) provavelmente tem consciência de que são reduzidíssimas suas chances de se eleger novamente governador do Rio de Janeiro. Ao contrário do que sugere sua expressiva e incontestável liderança na pesquisa Datafolha do finzinho de novembro (leia aqui o levantamento completo do instituto).
No cenário com quatro concorrentes mais parrudos, ele ostenta 21% de intenção de votos, contra 15% do senador Lindbergh Farias (PT) e do ministro Marcelo Crivella (PRB), 11% do vereador Cesar Maia (DEM) e 5% do vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). A margem de erro é de três pontos para mais e para menos.
Para quem não mora no Estado ou pensa que ele se resume à zona sul carioca, o que dá no mesmo, exponho dois motivos para o sucesso do ex-governador no Datafolha.
Garotinho e sua mulher, Rosinha, por dois mandatos estiveram no Palácio Guanabara (1999-2007, com breve interregno, a administração Benedita da Silva). Desenvolveram ações sociais que ajudaram cidadãos mais pobres, como o projeto dos restaurantes populares, em funcionamento ainda hoje. Por R$ 1, se come (ou se comia) comida honesta. Para quem tem mesa farta todo dia, talvez a iniciativa mereça o rótulo de “populista”. Quem depende de programas dessa natureza para comer ou comer melhor não esquece a autoria.
É por isso que na pesquisa recém-divulgada Garotinho alcança 30% entre os eleitores que ganham até dois salários-mínimos, e apenas 7% entre os que recebem mais de dez.
Outra característica dos governos da família Garotinho foi, ratificando a fidelidade à sua origem, no Norte fluminense, a atenção ao interior muito além da habitual.
Datafolha: no interior, Garotinho bate em 29%. Na capital, despenca para 13%.
Com esse desempenho, por que Garotinho só se elegeria em um cenário muito pouco provável, como um confronto de segundo turno com Pezão, apadrinhado pelo desgastado governador Sérgio Cabral?
Porque a rejeição ao atual deputado é imensa, como demonstrarão futuras sondagens que incluam esse item em seus questionários. Ela decorre sobretudo da reta final do governo Rosinha, em que o caos tomou o Estado. É verdade que o casal elegeu seu candidato em 2006, mas Sérgio Cabral só vingou ao descolar sua imagem da dos aliados em baixa.
Quando Geraldo Alckmin abriu a campanha para o segundo turno presidencial, em 2006, anunciando a parceria com Garotinho, liquidou com suas pretensões, inclusive no Rio de Janeiro. Quatro anos antes, Garotinho amealhara fabulosos 18% dos votos para o Planalto. Foi perdendo eleitores, a despeito do prestígio entre brasileiros evangélicos como ele.
Todo analista minimamente familiarizado com a política do Rio conhece essa realidade. Por isso, nas infindas tratativas de PMDB, PT e PRB sobre a sucessão no Estado, Garotinho virou um espantalho. Ninguém acredita que ele tenha vigor para triunfar, mas seu nome é evocado como espectro: “Olha aí, se a gente não se acertar, o Garotinho vai voltar…”.
Nos últimos tempos, graças à atuação na Câmara e à presença no rádio, Garotinho recuperou alguma influência. Mas nada que pareça capaz de reverter a convicção da maioria dos eleitores de que, com ele e Rosinha, o Estado regressaria à balbúrdia de 2006.
É possível que Garotinho abra mão de novo mandato de deputado, a fim de formar uma bancada mais numerosa, em torno de uma campanha sua a governador (pode dar errado, pois não haveria um puxador de votos à Câmara tão forte quanto ele). Também poderia tentar o Senado, em acordo com Crivella, Lindbergh ou Cesar. Para ele, Pezão é o inimigo a ser batido. O resultado no Datafolha vitamina suas condições para negociar.
Mas é só. Eventual retorno de Garotinho ao governo estadual seria a maior surpresa da política do Rio de Janeiro em muito tempo.
Fonte: Blog do Mário Magalhães
Mário Magalhães nasceu no Rio de Janeiro na primeira semana de abril de 1964. Formou-se em Jornalismo na Escola de Comunicação da UFRJ. Trabalhou nos jornais “Tribuna da Imprensa”, “O Globo”, “O Estado de S. Paulo” e “Folha de S. Paulo”, diário do qual foi repórter especial, colunista e ombudsman. Recebeu mais de 20 prêmios e menções honrosas no Brasil e no exterior, entre eles: Every Human Has Rights Media Awards, Lorenzo Natali Prize, Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos e Anistia, Grande Prêmio Esso de Jornalismo, Prêmio Folha de Reportagem, Prêmio Direitos Humanos-RS, Prêmio Dom Hélder Câmara de Imprensa (da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Prêmio Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), Medalha Chico Mendes de Direitos Humanos, Prêmio AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) e Prêmio da Associação Interamericana de Imprensa. Lançou em 2012 o livro “Marighella – O guerrilheiro que incendiou o mundo”, pela Companhia das Letras. O livro recebeu o Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes) como melhor biografia do ano.

3 comentários:

Anônimo disse...

XÔ GAROTINHO, VOCE NÃO REPRESENTA A DEMOCRACIA.
VOCE É VELHO EM SUAS IDÉIAS, VELHÍSSIMO EM SEU POPULISMO.
TRAIDOR DE SEUS CONTERRANEOS PARA OS QUAIS DEIXOU DE PRESENTE UMA CADEIA DE PAPEL.
REJEITADO, VOCE E A ROSA TRAIDORA DOS ELEITORES QUE NÃO A QUERIAM GAROTINHO,MAS SIMPLESMENTE ROSA.AGORA ,JÁ ERA OS DOIS, OS TRES OS QUATRO.A FAMIGLIA TODA.CONTENTEM-SE COMO DEPUTADOS.

Anônimo disse...

Será que guarda dólares na papeira?
Ô coisa feia!

Anônimo disse...

Papudo rima com papuda.