segunda-feira, 18 de março de 2013

Fim ou recomeço?


Robson Maciel Jr)
Quando surgem manifestações a respeito dos royalties parece recorrente a presença das mesmas pessoas, que, na maioria das vezes, vivem interessadas diretamente nesse recurso público, que são os prestadores de serviço das cidades e Estados produtores de petróleo. Em contrapartida, a adesão de cidadãos “comuns” é quase que nenhuma. Seria apenas um descaso sobre essa questão da repartição dos royalties ou uma falta de engajamento do povo brasileiro em relação às questões políticas e sociais?
É bem verdade que o povo brasileiro raramente se engaja por alguma questão política, mas também é verdade que pouquíssimos campistas estão realmente preocupados com a redistribuição dos royalties, pois esse dinheiro sempre esteve associado à corrupção e guerra por poder, tendo a população pouca intimidade com os benefícios que deveriam experimentar.
Vivemos em uma cidade onde as principais secretarias possuem orçamentos de muitos milhões e mesmo assim os indicadores de saúde, educação, trânsito, transporte, segurança, limpeza urbana e vários outros se aproximam mais da realidade nordestina que do sonho curitibano. Às vezes parece um mantra dito por alguns campistas que Campos, pelo dinheiro que tem, “ou teve”, deveria ser uma Curitiba, e servir de exemplo para o Brasil. No entanto, o que vemos é uma cidade de estrutura sucateada, onde a miséria alimentícia e intelectual é o grande combustível para manter os sheiks campistas, que fazem dos royalties a fonte de um cabresto eleitoral.
Sou campista e firmo posição contra a redistribuição dos royalties, por acreditar que muito mais que desastres ambientais, as cidades produtoras estão sujeitas a impactos sociais, como a crescente favelização em razão do petróleo atrair pessoas de todas as partes desse imenso Brasil. Contudo, é saudável pensar sobre os problemas que os royalties não resolveram, que são praticamente todos os problemas que essas cidades enfrentam.
Seria muito bom ver os recursos dos royalties de volta, mas seria bom também ver uma cidade com ruas verdadeiramente asfaltadas, coleta de lixo adequada, educação e lazer de verdade e saúde de qualidade a disposição das pessoas. Talvez esse fim tenha a força de exigir um recomeço.

Artigo  publicado na edição  do último dia 16 no Jornal  Folha da Manhã

3 comentários:

Anônimo disse...

SÓ DESCORDO DESSE ARTIGO,NA QUESTÃO
,QUE CIDADE SEM ROYALTEIS,PASSA SER
UMA CIDADE CONHECIDA RICA,POR SUA
VEZ PARÁ O NÚMERO DE PESSOAS MIGRANDO PARA CÁ.MAS O OUTROS PROBLEMAS QUE TEMOS JÁ CITADOS NO ARTIGOS,REAFIRMO NA DIMINUIÇÃO,
ENTRARIAS A SECREYARIA SOCIAL,UMA POLITICA DE CONVENCIMENTO DAS PESSOAS DE FORA,VOLTAREM PARA CIDADES DE ORIGEM,JÁ QUE OS ESTADOS
TERÃO MAIS VERBA,ATÉ MESMO DO ESTADOS DO RIO,VOLTE PARA SUAS
CIDADES.
SEI QUE PENSO DIFERENTE,GRÇAS A DEUS.

elis_sarha disse...

Parabens,esse é o cerne desta questão em relação a nós campistas.Assistirmos de mão atadas um govêrno dilapidar toda a infra-estrutura que foi duramente construida nos últimos 10 anos e pior,agravarem a pobreza,a desigualdade social tudo em nome de voto e poder.Já de muito passou a hora de o povo ir às ruas se manifestar contra isso,tenho insistido muito nisto,mas infelizmente parece que "tá tudo dominado".Se f^r para continuar assim,melhor perdermos nossa riqueza.

Anônimo disse...

Como campista que não crê que a transparencia seja lugar comum diante desses 20 ou mais anos de negociatas e a cidade permanecendo em seu acanhado índice de desenvolvimento, uma população pobre e a mercê de políticas viciadas e viciantes, que os royalties seja repartidos e com eles o sumiço dos abutres carniceiros e corruptos.
Sei que muitos farão a leitura como radicalismo, mas interpretem como a escrita de um cidadão honesto , de um contribuinte que tem carinho pela sua cidade mas vê apenas quadrilhas se apropriando do que é público e criando uma horda de escravos , inclusive em nome do Pai!