quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

CARDEAIS BRASILEIROS ALERTAM: PRÓXIMO PAPA TERÁ QUE REFORMAR CÚRIA

Na segunda reportagem especial do Jornal das Dez, os cardeais brasileiros que vão participar do Conclave falam sobre as divisões e disputas internas da Igreja Católica. E eles são unânimes: o novo Papa vai precisar reformar as estruturas de poder no Vaticano.

Desde que divulgou a decisão de renunciar, o Papa Bento XVI passou a mandar recados durante as homilias. No pronunciamento mais forte, afirmou que a “divisão do clero” e a “falta de unidade” estão desfigurando o rosto da Igreja. A mensagem foi recebida como um alerta.


Dom Raymundo Damasceno (Aparecida) uma das vozes mais importantes da Igreja na América Latina, concorda com o Papa: é preciso combater o carreirismo.


“Na Igreja todo cargo deve estar a serviço dos outros, deve ser exercido com amor, simplicidade e humildade. Sem nenhuma pretensão de se considerar superior aos outros, sem buscar o poder. O carreirismo existe em toda parte, em toda sociedade, mas também na Igreja”, alertou o cardeal de Aparecida.

Até recentemente dom Cláudio Hummes era prefeito da Congregação do Clero, um dos principais cargos do Vaticano. E conhece muito bem como funciona a Cúria Romana

“A igreja é humana e é divina. E no seu aspecto humano, também entra em conflitos, tensões. O que não pode haver é que isso gere um conflito que crie divisão. Isso é outra coisa. Divisão já é um mal. A Igreja deve ser una, unida”, advertiu o cardeal emérito de São Paulo.

Apesar das negativas oficiais, há uma avaliação de que, além da idade avançada, a disputa de poder que marcou o Vaticano nos últimos anos do pontificado teria pesado na decisão de Bento XVI.

Esta disputa tem dois personagens principais. De um lado, o poderoso secretário de Estado, cardeal Tarcísio Bertone – que teria trabalhado para isolar o Papa de integrantes da Cúria. De outro, o seu antecessor e decano do Colégio de Cardeais, Angelo Sodano, que nos bastidores reagia às ações de Bertone.

Com a experiência de quem viveu quase uma década no Vaticano, dom Geraldo Majella fala sobre o conflito interno na Santa Sé. “A gente não pode generalizar que todo mundo tá na pior, na pior situação. Não! Eu vi, no tempo que eu trabalhei em Roma, eu vi, pessoas que estavam ali trabalhando, verdadeiros santos. Mas vi também alguns que deixavam a desejar”, reconheceu o cardeal emérito de Salvador.

Para dom Geraldo, a solução para o conflito são reformas periódicas na burocracia da cúria. “Hoje, as coisas não podem ser feitas para continuar do mesmo jeito, durante 100 anos. Hoje, dez anos já são muitos anos. Se não houver uma revisão, então que se tome as medidas que sejam necessárias”, defendeu.

J10 – Seriam mudanças de estruturas e de pessoas?

Dom Geraldo – De pessoas também, de pessoas, da constituição de cada um daqueles instrumentos, daquelas Congregações e Conselhos Pontifícios. Então tudo isso tem que ter uma revisão periódica.

Dom Cláudio e dom Damasceno concordam.

“Às vezes tem que substituir certas pessoas, e tem que reformar o funcionamento”, observou o cardeal emérito de São Paulo.

“A Cúria precisa se diversificar ainda mais, para ver se de fato ela está a serviço da evangelização. Não pode ser uma organização meramente burocrática, para manter o que a Igreja já tem e já adquiriu”, reforçou o cardeal de Aparecida.

Fonte: G1 notícias

Um comentário:

Anônimo disse...

O EVANGELHO DE CRISTO VIROU MEIO DE ENRIQUECIMENTO.NAQUELE GRANDE DIA, DO JUIZO FINAL IRÃO PRESTAR CONTA PARA O TODO PODEROSO, NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.